A história da telemedicina no mundo se confunde com a própria história do desenvolvimento das ferramentas da comunicação ao longo do tempo, em especial o surgimento da internet nos anos 60. Os primeiros registros de atendimento médico feito a distância pela internet remetem ao Hospital Geral de Massachusetts, nos EUA, durante esse período. A experiência consistia em conectar o hospital ao centro de emergência médica do aeroporto da cidade de Boston, quase 10km distante. Dali em diante, o método de atendimento remoto mediado por computadores ganharia cada vez mais adeptos na comunidade médica conforme a internet avançava em número de usuários e velocidade de transmissão de dados.
Na Itália, ainda nos anos 1970, a Universidade de Roma fez os primeiros experimentos com Tele-ECG com sucesso, replicando o modelo para pelo menos 50 hospitais em todo o país. Essa experiência culminou na criação, em 1989, de um consórcio de cooperação envolvendo universidades, centros de pesquisa e o surgimento de diversas empresas de telemedicina no país.
O método de atendimento médico remoto foi reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no início dos anos 1990. Nos EUA, também nesse período, surgiu a ATA, Associação Americana de Telemedicina, em tradução livre. Países da Europa e da Ásia seguiram os mesmos passos. Nos EUA a telemedicina é utilizada de modo mais comum há pelo menos 30 anos em diversas áreas da medicina e em diferentes etapas do tratamento dos pacientes. Por lá, como em outros países, o atendimento remoto passou a ser utilizado como forma de possibilitar o maior acesso de pacientes ao tratamento de saúde, principalmente aqueles em regiões afastadas, bem como para reduzir custos logísticos e humanos.No Brasil, a telemedicina ainda é alvo de muitos debates entre a comunidade médica local, contudo, a pandemia do Coronavírus fez o Conselho Federal de Medicina e o Ministério das Saúde acelerarem a autorização da prática no país.
Hoje é possível até mesmo comprar consultas por aplicativos e ser atendido por um médico via celular por chamada de vídeo. Com a disseminação de aparelhos inteligentes portáteis como os smartwatch, aparelhos de pressão arterial conectados à internet e outros dispositivos que possuem sensores específicos para medir batimentos cardíacos e níveis de oxigênio no sangue, algumas redes particulares de saúde têm utilizado os dados produzidos nesses aparelhos para monitorar a saúde dos pacientes em tempo real. Quando há alteração nos dados que indiquem um problema mais grave, o paciente é notificado e encaminhado para uma consulta online ou presencial.
Centros de referência nos EUA, Europa e Ásia também utilizam a tecnologia para tratar problemas dermatológicos por meio de videoconferência, realizar cirurgias por meio de braços robóticos controlados a distância, entre outras aplicações mais avançadas.
Na experiência americana o atendimento remoto é aplicado também, por exemplo, em consultas com pacientes idosos, com dificuldade de locomoção, como no caso dos veteranos de guerra, indivíduos que serviram no passado as forças militares americanas em conflitos armados. O objetivo é reduzir o número de viagens desses pacientes de suas casas até as unidades de saúde, o que reduz o custo do sistema de saúde com transporte e diminui o estresse do deslocamento. Em tese, a telemedicina pode e deve baratear o atendimento médico, democratizando o acesso ao tratamento para os pacientes. Contudo, especialistas apontam que é preciso tomar cuidado com a mercantilização da saúde, entendida como um direito universal no Brasil.
A eclosão da pandemia do Coronavírus tornou a telemedicina no mundo não só uma opção a mais para pacientes e profissionais da área médica, mas muitas vezes questão de segurança em saúde para os envolvidos. Hoje até mesmo categorias que normalmente não aderiam a essa tendência passaram a implementar soluções remotas, como o “teleaborto” surgido em clínicas de ginecologia dos EUA, onde muitos estados a prática é legalizada. Na França, país europeu que oferece a telemedicina no sistema público mas ainda engatinhava devido a resistência dos profissionais franceses, o número de teleconsultas subiu de 10 mil por semana em março para mais de 1 milhão na segunda semana de abril.
A pandemia do Coronavírus também fez disparar o número de consultas online no sistema público de saúde britânico, o NHS. Em abril, a maioria dos atendimentos realizados na rede já era feita de modo remoto. Em Taiwan, território independente chinês que deu lições ao mundo no enfrentamento da pandemia do Coronavírus, o Congresso Nacional colocou em votação a legalidade temporária da telemedicina logo no início do surto da doença no país vizinho, a China. O atendimento remoto se tornou opção para garantir o distanciamento social na pequena ilha, além de garantir atendimento médico para mais pessoas com quadros leves da doença, desafogando hospitais e unidades básicas de saúde para atendimento de pacientes mais graves.
A pandemia de COVID-19 nos mostrou que é possível ter atendimentos médicos no conforto de nossas casas, e essa é uma praticidade que os pacientes não vão esquecer e vão exigir para o futuro. A Telemedicina é a solução perfeita para o distanciamento social, mas suas vantagens se estendem além da pandemia. Ela reduz custos de deslocamento de pacientes que não precisam de exame físico, traz segurança em situações de emergência, aproxima médicos e pacientes e reduz filas de espera. Para continuar praticando a Telemedicina e evoluindo seu atendimento para os pacientes, é necessário ter um ferramenta de Teleconsulta.
Ao contar com essa tecnologia, é possível ter diferenciais como integração ao prontuário eletrônico, termo de consentimento para pacientes, gravação da consulta, compartilhamento de tela e alta qualidade de vídeo. Uma ferramenta de Teleconsulta normalmente está disponível em um software médico, que conta com outras soluções essenciais, principalmente para médicos que atuam em clínicas e consultórios. Você acredita que a telemedicina é uma tecnologia que veio para ficar?
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